Ambulatório do Hospital Regional recebe 42 pacientes na segunda semana.
21 Julho 2018 07:00:00
Falta de cronograma dificultou encaminhamento de pacientes da região
Dandara Flores Aranguiz
Duas semanas se passaram desde que o Ambulatório Especializado em Doenças Crônicas do Hospital Regional Centro, em Santa Maria, começou a funcionar. De lá para cá, os atendimentos realizados pela equipe do complexo são feitos de forma gradual e agendada. A previsão para os últimos cinco dias era de atender 50 pessoas (10 por dia), operando com a agenda cheia na semana. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou na sexta-feira, 42 pacientes foram atendidos nos últimos cinco dias. Para a terceira semana de atendimento, segundo a assessoria de comunicação da SES, já estão agendados 49 pacientes.
Na terça-feira passada, uma reunião entre a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), os secretários de Saúde dos municípios da região, o hospital e o diretor do Departamento de Ações em Saúde (DAS) da SES, Elson Romeu Farias, debateu o andamento das consultas e encaminhamentos. De acordo com o secretário de Saúde de Cacequi, Leomar Maurer, que participou do encontro, ficou acordado que as secretarias municipais fariam o levantamento inicial dos pacientes hipertensos e diabéticos que estariam aptos a ser encaminhados ao ambulatório do Regional.
- Estamos fazendo a avaliação de risco de todas essas pessoas para informar, depois, à Coordenadoria, a estratificação (classificação) de risco, e saber se é o caso, ou não, de serem encaminhados para Santa Maria. Daqui, tivemos cinco agendamentos e quatro atendimentos até agora, pois uma pessoa desistiu - comentou Maurer.
AGENDAMENTOS A ideia, a partir de agora, é que o fluxo nos atendimentos siga com o planejamento inicial, com 10 consultas disponibilizadas por dia. Além disso, as prefeituras também estão se organizando para encaixar as consultas no cronograma das Secretarias de Saúde, que precisam entrar em contato com os pacientes e agendar o deslocamento com veículo desses municípios até o hospital.
Para Tiago Gorski Lacerda, prefeito de Santiago e presidente da Associação dos Municípios do Centro do Estado (AM-Centro), algumas cidades da região relataram dificuldades.
- Muitas prefeituras não enviam porque ligam de manhã para o paciente ir para consulta pela tarde. Mas, as prefeituras têm uma programação. Os relatos que a gente tem são nesse sentido, de não se ter um planejamento prévio, um cronograma. Essa caixa preta, nós precisamos desvendar para saber o que tem de errado. A abertura foi muito rápida, mas o hospital não atende àquilo que se propõe ainda. Temos medo que seja algo eleitoreiro, apenas - disse.
Segundo o coordenador da 4ª CRS, Roberto Schorn, os municípios ficarão encarregados de referenciar os pacientes, o que deve facilitar o processo de agendamentos:
- A lista é repassada para a gente, e nós damos mais uma averiguada. Mas, a responsabilidade é conjunta, entre a 4ª CRS e os municípios. Até que tudo funcione normalmente, algumas coisas precisam ser ajustadas.
Prefeitos da região farão encontro para tratar do complexo
Os prefeitos que compõem a Associação dos Municípios do Centro do Estado (AM-Centro) devem se reunir, nos próximos dias, para tratar das questões envolvendo o Hospital Regional. O encontro ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer em Santa Maria.
Na manhã da última quarta-feira, o Diário foi até a entrada do Hospital Regional acompanhar a movimentação dos pacientes e verificou que, pelo menos quatro pessoas, compareceram até o ambulatório.
Silvana Dorneles, 32 anos, veio de Santiago para consultar com os especialistas. Hipertensa e diabética, ela já aguardava há dois anos por atendimento na fila do Sistema Único de Saúde (SUS).
- Na sexta-feira, me ligaram. Consultei com o nefrologista e o angiologista e fiz exames. Vou precisar fazer um ecocardiograma aqui mesmo, mas eles vão me avisar da data depois, pois ainda não tem o aparelho instalado _ relatou.
A aposentada Verônica Kuffner Tros, 79 anos, moradora de Santa Maria, também foi uma das atendidas na manhã de quarta-feira.
- Fui no nutricionista, no psicólogo, fui muito bem tratada. Eu consultei há duas semanas no postinho e já me encaminharam com urgência, estava com a diabetes muito alta. Agora, eu também vou ter que me cuidar - comentou.
DIÁRIO DOS ATENDIMENTOS A equipe do Diário acompanhou, na quarta e na sexta-feira, o movimento no Ambulatório de Especialidades em Doenças Crônicas do Hospital Regional Centro, em Santa Maria, na segunda semana de funcionamento. A reportagem do Diário não teve acesso às dependências do hospital e ficou observando a movimentação do lado de fora do Regional. Confira as percepções de cada dia:
- Quarta-feira - A equipe do Diário permaneceu do lado de fora da unidade, na Rua Florianópolis, aguardando a saída dos pacientes, das 8h às 12h40min. Durante esse período, uma van da prefeitura de Ivorá e um carro de Santiago deixaram dois pacientes para atendimento, às 8h13min e às 8h35min, respectivamente. Às 10h36min, uma paciente chegou de moto. Já outra paciente, de Santa Maria, saiu da consulta por volta do meio-dia.
- Sexta-feira - Às 9h16min, uma van da prefeitura de Itaara deixou um paciente para consulta e ficou aguardando, no estacionamento, outro paciente, que chegou às 6h e estava em atendimento pela equipe do ambulatório. Além deles, outros dois pacientes, que chegaram em veículos com placas de Santa Maria, compareceram ao local para atendimento entre as 9h e 10h.
CONSULTAS POR ESPECIALIDADEAo todo, 42 pacientes da região de cobertura da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) foram atendidos no ambulatório do dia 16 a 20 de julho. Abaixo, o número de consultas realizadas em cada especialidade:
- Enfermagem - 42
- Psicologia - 42
- Assistente Social - 42
- Nutricionista - 42
- Cardiologista - 25
- Nefrologista - 14
- Endocrinologista - 13
- Vascular - 33
- Angiologista - 12
- Total de consultas - 265
