domingo, 5 de fevereiro de 2012

VIOLÊNCIA

Caçada na cidade começou com um nome e uma foto

A terça-feira foi um dia cheio para os policiais da 2ª Seção de Inteligência do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) Central, com sede em Santa Maria. A essa altura, já se sabia que Luciano Dickel Boles tinha uma namorada na cidade. Com mandado de prisão preventiva contra ele desde a manhã de sábado, 28 de janeiro, ele estava sendo monitorado pelos órgãos de segurança pública, que souberam de um contato feito com os pais, na pequena Dezesseis de Novembro, perto de São Luiz Gonzaga, quando teria mencionado que estava na Região Central.

A caçada em Santa Maria começou com o nome da namorada, uma foto dela com Boles e a informação de que ela seria estudante de Farmácia. Os policiais militares também sabiam o nome do prédio em que ela residia. O problema é que havia vários com a mesma denominação na cidade.

Um dos caminhos foi fazer contato com instituições de ensino em Santa Maria que têm o curso de Farmácia. O trabalho foi dificultado por ser um período de férias estudantis. A primeira tentativa não deu em nada. Na segunda, só veio um telefone que já não funcionava mais. O endereço só foi descoberto mesmo pelo trabalho de informática, cruzando dados de todos os sistemas disponíveis, desde registros policiais até cadastros de contas de água e luz. Com o possível endereço em mãos, os policiais da Seção de Inteligência foram até o local, na Rua Venâncio Aires, no Centro.

Na chegada, uma surpresa: o endereço abrigava dois estabelecimentos comerciais. O policial que comandava a ação já havia usado os serviços de uma das lojas e lembrou da existência de apartamentos nos fundos. Então, foi feito contato com a síndica do prédio, que confirmou que a mulher apontada como namorada de Boles residia no local. A síndica, então, alcançou aos policiais as chaves que abrem o portão de ferro e a porta que dão acesso ao edifício, que não pode ser visto da Venâncio.

Três policiais subiram as escadas até o apartamento e encontraram a namorada de Boles no meio do caminho. Um dos homens ficou na frente do portão que dá acesso ao prédio. Outros dois policiais do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) ficaram numa rua transversal à Venâncio, onde dá uma saída do prédio.

No armário – Depois da conversa com a mulher e a permissão dela para que entrassem no apartamento, os policiais notaram que a cama, por ser do tipo box, não permitia que o suspeito estivesse escondido embaixo dela. O banheiro também foi checado. Havia uma sacada com o vidro aberto, mas o apartamento era no terceiro andar, o que inviabilizava uma fuga por ali. No quitinete, só restava o armário. Quando uma das portas do roupeiro foi aberta, lá estava Boles, encolhido e de cueca. Terminava a caçada, por volta das 18h da última segunda-feira.

Por volta das 16h30min, a delegada Suely Rech, de Caxias do Sul, havia ligado para o delegado regional de Polícia, Marcelo Arigony, informando o paradeiro de Boles. Arigony imediatamente acionou policiais civis que, chegaram ao prédio da Venâncio quando os homens da BM já estavam no apartamento. No local, os PMs apreenderam um notebook, seis celulares e algumas roupas.

Multimídia

  • Seis celulares, cartões telefônicos e notebook de Boles foram recolhidos e encaminhados à perícia.