sábado, 28 de janeiro de 2012

MOTOTAXISTA DE SANTA MARIA SEGUE DESAPARECIDA.



 

Mototaxista de Santa Maria segue desaparecida


Hoje completam-se três semanas que a mototaxista Elizete Vieira da Silveira, 31 anos, desapareceu quando foi fazer uma corrida de Santa Maria até Dilermando de Aguiar. Até ontem, mais de 20 pessoas já haviam prestado depoimento sobre o sumiço de Elizete na Delegacia da Mulher. 

O mistério fica por conta do local onde a moto dela foi encontrada, na noite de domingo, dia 08, dois dias depois do desaparecimento, em um matagal às margens da BR 287, em São Vicente do Sul.
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                                                    MISTÉRIO

             Agonia de um desaparecimento

Mototaxista saiu para levar um cliente a Dilermando de Aguir. Moto e capacete foram localizados três dias depois

Com semblante debilitado, o humilde casal de agricultores aposentados Maria Ceni Vieira da Silveira, 60 anos, e Alcides Silveira, 68, enfrenta noites insones desde o dia 6 de janeiro. Nesta data, a filha caçula deles, a mototaxista Elizete Vieira da Silveira, 31 anos, foi fazer uma corrida e desapareceu. A última notícia que eles tiveram de Elizete foi às 17h18min daquele dia. Neste horário, ela ligou para o irmão, Pedro Joceli, 39, que também trabalha como telemoto e perguntou quanto deveria cobrar para levar um cliente até Dilermando de Aguiar.

– Qualquer corridinha meio longe ela sempre me ligava. Perguntei: tu vais ir? “Já estou indo”, ela me disse. Dali a uns 20 minutos, ninguém mais conseguiu falar com ela. É um mistério. Todo mundo se dava com ela. Sofro duas vezes: por ser irmão e por ver o pai e a mãe assim, deste jeito, tristes – relata.

Conforme os pais da mototaxista, o ponto de trabalho dela era a própria casa, na Vila Prado. Dali, todo os dias pela manhã e à tardinha, ela saía para levar e buscar amigas que moram na Vila Alto da Boa Vista e trabalham no Centro.

Rotina – No final da manhã, Elizete tinha o hábito de tomar dois ou três mates com os pais e depois dirigia-se a sua residência para preparar a comida para os três filhos – Luana, 15 anos, Paulo, 10, e Luine, 3 –, tirava uma sesta e perto das 14h voltava à labuta. No dia 6, a rotina não foi diferente. Mas aquela foi a última vez que os agricultores radicados em São Pedro do Sul viram sua filha passar pela porta de casa.

– No Ano Novo, ela ainda me disse: “Pai, tu és muito querido, especial, és muito bom”. Me encheu de beijos. Não sai nunca da cabeça. É uma falta imensa. Tenho fé em Deus que ela apareça com vida – estima o pai, visivelmente abalado.
fonte diario santa maria.

                                                  MISTÉRIO

            Polícia não descarta homicídio

Três dias após o sumiço de Elizete, a moto dela, uma CG 150 Fan, com placas de Santa Maria, apareceu em um barranco às margens da BR-287, em São Vicente do Sul. Um caminhoneiro passava pelo trecho, que fica próximo do trevo de acesso ao município, viu o veículo caído e ligou para a Brigada Militar. Policiais civis de Santiago compareceram ao local, coletaram as primeiras informações e repassaram à Delegacia da Mulher, de Santa Maria, que investiga o sumiço de Elizete.

A moto, intacta, foi entregue à família. O capacete, com quatro impressões digitais na viseira, foi remetido à perícia em Porto Alegre. Agora, para os próximos dias, a Delegacia da Mulher aguarda as quebras de sigilo bancário e telefônico para quem sabe chegar ao responsável pelo desaparecimento da mototaxista. Até sexta-feira, mais de 20 pessoas já haviam prestado depoimento à polícia, mas o caso ainda seguia um quebra-cabeças.

– Temos uma ocorrência de desaparecimento, mas também trabalhamos com a hipótese de homicídio, uma vez que há vários indícios disto. Temos suspeitos, mas está complicado porque não há testemunhas – afirma a delegada Débora Dias, referindo-se ao ex-companheiro de Elizete, que teria feito ameaças de morte a ela em frente à família, mas, em dois depoimentos, negou qualquer envolvimento com o sumiço dela.