segunda-feira, 16 de abril de 2012

Husm é referência.



ANENCEFALIA

Husm é referência

Hospital está capacitado para atender gestações de risco

O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) é uma das instituições públicas de saúde de referência para gestação de alto risco e, portanto, qualificada para realizar interrupções na gestação de fetos anencéfalos. Esse é o entendimento da direção do Husm.

– Nós somos uma referência em gestação de alto risco e deveremos continuar a ser – comenta diretora do Husm, Elaine Resener, acrescentando que o hospital já realiza a chamada antecipação terapêutica de partos a pedido da Justiça.

A informação dos locais autorizados para o procedimento será repassada à gestante durante atendimento na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). A intenção do Ministério da Saúde é ampliar a rede pública de atendimento e passar de 65 para 95 hospitais no país.

A interrupção da gestação para casos de anencefalia (doença causada por um defeito no fechamento do tubo neural – estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal) foi legalizada pelo Supremo Tribunal Federal na quinta-feira passada (veja opiniões no quadro abaixo).

A decisão do STF analisou a ação proposta em 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde e passa a valer após a publicação no Diário de Justiça.

Para a maioria do plenário do STF, obrigar a mulher manter a gravidez diante do diagnóstico de anencefalia implica em risco à saúde física e psicológica. Aliado ao sofrimento da gestante, o principal argumento para permitir a interrupção da gestação nesses casos foi a impossibilidade de sobrevida do feto fora do útero.

Contras – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em nota oficial, afirmou que “lamenta profundamente” a decisão do STF que considerou não ser crime o aborto de fetos anencéfalos. O texto considera que legalizar o aborto de fetos com anencefalia, que seriam erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, seria uma forma de descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente não aceita exceções e, portanto, os fetos não poderiam ter seus direitos violados.