ROSÁRIO DO SUL
Pancadaria entre adolescentes
Estudantes trocam socos e chutes antes da aula. Estudante de 14 anos levou mais de 20 socos na cabeça
– Todos só falam disso. É uma briga muito feia – comentou a estudante Darlyane Marques, enquanto passeava na Praça Borges de Medeiros.
O caso foi parar na Polícia Civil e no Ministério Público, que investigam a lesão corporal. No vídeo, ainda há outras duas lutas em paralelo, que envolvem, no total, quase 10 pessoas, todas adolescentes e apenas uma com mais de 18 anos. As brigas – foram duas, uma na quarta e outra na quinta-feira (a que foi filmada) às 7h40min – seriam de conhecimento das famílias. A mãe da menina que apanhou ficou chocada com a violência:
– Nunca se imagina que farão algo assim com uma filha nossa. É muito triste – lamenta a mãe, que ainda ontem tentava trocar a filha de escola.
A menina que foi vítima dos incessantes golpes na cabeça teve escoriações e passa bem. Ontem, ela comentou que não entendia o porquê de tanta violência.
– Só porque sou nova na escola ou porque sou de outro bairro? Por que tanta raiva de mim? – questionou.
O Diário tentou contato pelo celular com a outra envolvida na briga, porém, o aparelho estava desligado.
Violência e punições – O triste fato escancara a disseminação da violência dentro ou perto de instituições de ensino (veja opiniões de especialistas no quadro ao lado). Na semana passada, outras duas jovens também se envolveram em uma briga na saída da Escola Oscar Grau, no bairro João Goulart, em Santa Maria. A cena também foi gravada em um celular. A Secretaria Municipal de Educação fez com que ambas assinassem uma ata de advertência na escola, comprometendo-se a evitar novas brigas.
Em Rosário, a direção do Ciep informa que a briga foi um fato isolado. A coordenadora da 19ª CRE, Meire Torres Garagorry, diz que atos de violência são tratados em palestras da coordenadoria e que esse é um assunto delicado:
– É uma atitude lamentável. Não podemos aceitar sob hipótese alguma. Temos um trabalho voltado para a questão da violência nas escolas.
Duas das adolescentes que agrediram a estudante em frente à escola foram punidas com uma medida socioeducativa aplicada pelo Ministério Público de Rosário do Sul. Elas terão de prestar serviço à comunidade durante quatro meses, por quatro horas semanais.