segunda-feira, 9 de abril de 2012

SAÚDE. Morte por AVC para na polícia



SAÚDE

Morte por AVC para na polícia

Paciente teve de ser transferido

A morte de José Francisco Fávero, 52 anos, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em Santiago, foi registrada na delegacia de Polícia Civil da cidade. Segundo familiares, o motivo seria a demora na preparação da ambulância que teria de levar Fávero até Cruz Alta, onde havia leito disponível para tratar o paciente.

A transferência ocorreu após uma ordem judicial, que foi cumprida no sábado, um dia após os parentes da vítima terem entrado na Justiça para conseguir o atendimento. Segundo o oficial de Justiça que entregou a ordem, Luiz Paulo Camargo, a confirmação da vaga em Cruz Alta chegou às 11h da manhã de sábado. Porém, nesse horário, a ambulância da prefeitura que pode receber os equipamentos de UTI móvel não estava pronta para levar o paciente.

– A família contratou um médico e um enfermeiro para acompanhá-lo até Cruz Alta. Todos estavam prontos, mas a enfermeira responsável pela ambulância não estava na cidade – contou Camargo, que entrou em contato com a funcionária por meio de um telefonema, no qual ela teria dito que estava em Jaguari.

Segundo Camargo, a enfermeira era a única pessoa que tinha a chave do local onde estavam os equipamentos de UTI que precisavam ser instalados na ambulância. Só depois de ela voltar de Jaguari é que os equipamentos puderam ser colocados no veículo.

Segundo os familiares, o paciente só foi encaminhado para Cruz Alta três horas depois da confirmação da existência da vaga. A ambulância só chegou em seu destino no final da tarde de sábado. Fávero morreu assim que chegou ao hospital.

– Isso foi uma coisa séria, foi uma fatalidade com a vida do meu pai. Se aconteceu com a minha família, poderia ter acontecido com qualquer pessoa aqui de Santiago – lamentou o auxiliar administrativo Queler Fávero, 27 anos, filho da vítima.

O caso está sendo investigado pela polícia.

Segundo o prefeito de Santiago, Julio Ruivo, há uma demora para os aparelhos de UTI móvel serem instalados.

– A UTI móvel quase não é utilizada na cidade, pois não temos médico que atenda. Essa ambulância é usada como uma ambulância normal. Para colocar os equipamentos da UTI, o tempo é cerca de duas horas – explicou.

Ruivo disse, ainda, que irá investigar o fato de a enfermeira estar com a chave do local onde estavam os equipamentos de UTI móvel. Segundo ele, isso não seria correto porque a funcionária não estava de plantão nem de sobreaviso.

O Diário não conseguiu contato com o médico que acompanhou o paciente na viagem entre Santiago e Cruz Alta para saber qual o estado clínico dele no trajeto nem com a enfermeira.

diário de santa maria.