domingo, 25 de março de 2012

CACEQUI , BEM MAIS QUE MELANCIA



CACEQUI

BEM MAIS QUE MELANCIA

A partir desta edição, Cacequi é a 38ª cidade da região de cobertura do Diário. Ela tem o maior entroncamento ferroviário doEstado

A partir deste fim de semana, as novidades da Terra da Melancia e do principal entroncamento ferroviário do Estado estarão em evidência nas páginas do Diário. O município de Cacequi passa a integrar a região de cobertura do jornal, possibilitando assinaturas e vendas em pontos comerciais e tendo suas notícias divulgadas pelo veículo de comunicação.

A cidade cresceu a partir dos trilhos, de onde partiam trens de passageiros para os mais diferentes pontos do Estado. Nos áureos tempos, na década de 80, havia quase o dobro do número de habitantes de hoje. A maioria dos 13,6 mil moradores de Cacequi tem alguma ligação com a ferrovia, ou por ter trabalhado na Rede, ou por ter algum parente ferroviário.

– Aqui circulavam entre 2mil e 3 mil pessoas por dia. Chegou a ter 800 ferroviários. Hoje não chegam a 50 – comenta o funcionário público José Broll, 56 anos, que trabalha na gare.

Dos áureos tempos da ferrovia, restou a saudade, um Porto Seco ainda sem funcionar a plena capacidade e projetos de um futuro mais próspero. A antiga gare ferroviária foi reformada em 2004 e hoje o local abriga a Secretaria Municipal de Educação e o Museu da Memória do Ferroviário – que está aberto para visitação de segunda a sexta, das 13h às 17h30min. Uma vez por semana, é realizada no local uma feira com produtos colônias e artesanato. Em novembro, a antiga estação vira palco para a Feira do Livro. Junto à gare, desde 2005, foi instalado um Porto Seco operado pela Camera, empresa de alimentos, que realiza um transporte bimodal, com o uso de caminhões e de trens para o transporte principalmente de grãos em direção ao Porto de Rio Grande.

A prefeitura busca captar financiadores para desenvolver um megaprojeto de revitalização da gare e das potencialidades ligadas ao setor. O valor do investimento é calculado em R$ 6 milhões e prevê a instalação de um restaurante, remodelação do museu, implantação de um centro de eventos e reativação de um trem de passageiros para uma rota turística pela região.

– O prefeito esteve em Brasília tratando desse projeto que está pronto e precisa de captação de recursos para sair do papel – afirma o chefe de comunicação da prefeitura Jefté Jantke.

Sossegada – A cidade pacata é motivo de orgulho para os moradores que conservam hábitos, que fazem parte de um passado remoto nos municípios maiores, como sentar na calçada em frente a casa para uma roda de chimarrão. É comum encontrar jovens à noite andando despreocupados pelas ruas. A maioria dos morados é de pessoas simples, como seu Sidiomar Robaldo da Silva, 66 anos. Nasceu e viveu no interior e vai para a cidade acompanhado de “Motorola”, o cavalo que amarrou ao lado da prefeitura, porque tinha ido ver uns documentos na sede do Executivo.

– Ele é o meu carro. Há oito anos me leva e traz para a cidade e os rodeios – conta o agricultor.

Comerciantes e moradores afirmam que o município não sentiu as mudanças no movimento com a conclusão da BR-158, Faixa Nova de Rosário, que fez reduzir o fluxo de veículos em direção à fronteira com o Uruguai. É coro que os carros apenas cruzavam e não traziam nenhum lucro para os cofres da cidade.

MAIS
Último trem
No dia 2 de fevereiro de 1996, partiu o último trem de passageiros do Estado, de Porto Alegre para Uruguiana. Ele retornou dois dias depois