SEGURANÇA
Tiro falso, ação real
Instrutores da Academia da Polícia Civil dão as orientações
No local, foi montado um cenário parecido com uma favela, com obstáculos, casas fictícias e bandidos que recebem os policiais “na bala”. Quem orienta os participantes é uma equipe de instrutores de tiro da Academia de Polícia Civil, chefiada pelo comissário José Mauro Moreira Machado.
– Simulamos diferentes tipos de situação com o foco principal voltado para o estresse. Precisamos ver como eles reagem em ambientes em que as decisões precisam ser tomadas rapidamente. Depois, passamos as instruções e apresentamos novas técnicas – explica Machado.
O delegado regional Marcelo Arigony diz que as regras são simples. Cada grupo precisa passar pelos obstáculos e chegar a uma casa.
– Em algumas situações, existe um refém que precisa ser libertado, mas o policial tem dois fatores contra si. O primeiro é que, se for atingido, está fora. O segundo é a quantidade de munição. Cada policial tem direito a 12 bolinhas. É a mesma capacidade do pente da pistola usada pela maioria dos policiais – diz.
Os policiais que participaram do treinamento ontem foram divididos em três grupos. A primeira entrada, cujo terreno eles não conhecem, serviu para que o instrutor observasse suas reações. Em seguida, todos receberam instruções sobre a área e montaram táticas para voltar.
Na avaliação do titular da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Maria, Sandro Meinerz, as situações são bem próximas da realidade.
– Precisamos lidar com pontos que dificultam a nossa ação, como adrenalina, dificuldade de concentração e ainda os gritos e bombas – avalia, acrescentando que o diferencial é a resistência dos adversários, que, na vida real, atiram e fogem.
Tática – Planejar e executar um ataque para concluir o percurso nem sempre foi possível no treinamento.
– Quando entramos em combate, nossos homens foram baleados, e eu tive que tomar a liderança, mas fui abatido, sem munição – conta o escrivão Gilnei da Silva, que chegou mais perto do final do percurso entre os integrantes do seu grupo.